4ª Caminhada pelo Património Rural

 [entre o Esporão e o Tâmega]

 

4ª Caminhada à descoberta do Património Rural e Paisagístico de Boelhe

Domingo, 12 de Maio de 2013

 

Boelhe   

Memórias presentes

“Na meia encosta da Serra do Esporão espreguiça-se, serena, esta povoação, observada de longe pelo Marão e abençoada por um rio, outrora arrebatado, que agora adormece nos braços do Douro, sossegado. 

Levanta-se o tempo passado e tudo se entrelaça para servir de aposento ao homem.

Aqui se instala, domestica animais e paisagens, descobre a agricultura, constrói monumentos e transforma em objecto de culto gigantescas pedras onde crepitam preces antigas. Santificam-se os lugares. 

Abre-se o aposento de outro tempo. Num vale protegido dos ventos e abundantemente enxaguado, erguem-se casas de pedra, algumas rectangulares, rodeadas por um corredor de entrada, serventia de romanos que se acolhem lá dentro. 

Aparece então, sobre um pequeno esporão da encosta norte que preside à confluência do rio Tâmega no Douro, o local da “civitas de anaegia” integrada numa das paisagens mais tradicionais das margens do Tâmega. 

Abeirados pela descida, toda uma vida trépida no ousado desmascarar do passado” (…)

 

Rio Tâmega 

Nasce na Serra de San Mamede, província de Ourense (Galiza), faz a fronteira entre o Minho e Trás-os-Montes, corre por entre as serras do Barroso e do Alvão, desagua em Entre-os-Rios, no Rio Douro. 

Afluentes:

. Rio Bessa, em Ribeira de Pena

. Rio de Cavez, em Cabeceiras de Basto

. Ribeira de Moimenta, em Cabeceiras de Basto

. Rio Ôlo, em Amarante

. Rio Odres, em Marco de Canavezes

. Rio Ovelha, em Marco de Canavezes

. Ribeiro de Perosinho, em Penafiel 

 

Moinhos temporários, Amela

 

Estes percursos locais ligavam as terras baixas e férteis às quentes margens do Tâmega. No Verão, instalavam-se no rio os moinhos temporários que serviam os lavradores e os moleiros dos ribeiros mais modestos, onde nesta altura do ano a água escasseava em volume e força para fazer mover os rodízios. Estes difíceis caminhos de ligação ao Tâmega eram então intensamente percorridos por lavradores de toda a região, gerando nos meses de estio um movimento contínuo de transporte de grão e farinha, mas também de linho, que ali vinha a maçar nos engenhos instalados nas várias paredes e açudes que pontuavam o rio: em Abragão, Luzim, Boelhe, Passinhos, Barco do Souto e Rio de Moinhos. 

O papel do Tâmega na economia penafidelense foi desde sempre fundamental, não só pelo aproveitamento da força motriz que as suas águas proporcionavam, mas também pelo pescado que dele se recolhia, sobretudo o sável e a lampreia, nas diversas pesqueiras e pesqueirões espalhados pelas suas margens, cuja propriedade e direitos foi desde a Idade Média alvo de atenção especial e de disputa por parte de mosteiros, nobreza e Coroa.

No próximo dia 12 de Maio, Domingo, por ocasião da 4ª edição da “Caminhada à descoberta do património rural e paisagístico de Boelhe”, convida-se a comunidade a (re)descobrir, a participar e a associar-se às actividades em preparação.

 

Moinhos temporários, Amela, 1986

 

Mexa-se, caminhe pela sua saúde! 

Convidamos o visitante a percorrer e (re)descubrir este itinerário desfrutando da paisagem envolvente, revivendo memórias de labores passados e apreciando o património vernacular e arqueológico local, que a todos pertence, mas às gentes do Tâmega confiadas, contribuindo assim a sua preservação e divulgação, mantendo viva esta memória colectiva. 

Os participantes poderão ainda observar e registar as várias espécies arbóreas e arbustivas, prados verdejantes e aromas característicos da Primavera, reservando-se tempo e espaço para um convívio com diversas actividades e jogos tradicionais.

 

Objectivo

Informar e sensibilizar a comunidade para a importância do seu património cultural e paisagístico, em aspectos como a sua conservação, preservação e divulgação da freguesia de Boelhe no contexto do itinerário arqueológico do Vale do Tâmega.

 

Itinerário 

13,45 horas | Concentração no Largo da Igreja (será assegurado o transporte de lancheiras, mantas, almeiros, merendas ou outros alimentos) 

14,00 horas | Início da caminhada

. Igreja Românica de S. Gens (M.N.)

. Moinho Cisterna do Passal da Paróquia

. Largo da Arca

. Samardã de Baixo (panorâmica sobre o Marão)

. Calçada e Largo do Calvário

. Carvalhinhas (Alminhas)

. Souto Velho (panorâmica sobre o Montemuro)

. Trilho pedestre de Perafita à Barrosa (Embolida)

. Reguengo (panorâmica sobre Paiva e Arouca)

. Barreiro (passagens de outrora)

. Percurso das águas até Molarinhas

. Barco do Souto (Rio de Moinhos) 

16,30 horas | Piquenick ao ar livre partilhado na Quinta de Lameirões  (panorâmica sobre o Tâmega) 

Conversa de tempos idos… memórias passadas. 

17,00 horas | Convívio das comunidades com jogos tradicionais (malha, corda, corrida sacos, cartas…) 

18,30 horas | Regresso por Aldeia, Passinhos, Alto do Casal, Eirô e conclusão nas Alminhas (Bairros) 

Interesse: Patrimonial, paisagístico, rural, ambiental 

 

Ida

Regresso

Extensão

3 km

2 km

Duração

2 horas

1,30 horas

Grau de dificuldade

fácil

moderado

 Aconselha-se calçado adequado (sapatilhas), garrafa de água e… muita descontracção!

Esperamos que este périplo fique positivamente gravado na memória de todos e desperte a curiosidade do visitante para outros percursos, igualmente ricos, que a região tem para lhe oferecer.

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Faça-nos chegar as suas fotos e histórias!

em Comunidade, Participe.

 

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Projecto: Boelhe, Terra do Românico e Princesa das Artes e da Cultura

Promotores: Equipa Pastoral da Família, Sociedade Civil

Apoios: Clube HPA e Quinta de Lameirões

URL: https://boelhe.wordpress.com/  

E-mail: anossaterraboelhe@sapo.pt

 

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